O PSDB iniciou nesta segunda-feira (35), em Belo Horizonte, uma série de debates que vão ajudar na campanha tucana para o Palácio do Planalto. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, convidado principal do evento, negou que estivesse lançando a candidatura do senador mineiro Aécio Neves à Presidência, mas, em seu discurso, fez críticas pesadas ao governo de Dilma Rousseff e garantiu que, em 2014, o PSDB vai alcançar o Palácio do Planalto. “Daremos um basta para essa atual situação do Brasil, elegendo um novo presidente para o país”, declarou.
Questionado sobre o discurso de Dilma na festa dos dez anos do PT, em São Paulo, em que a presidente afirmou não ter herdado “nada” da gestão tucana, FHC afirmou: "O que é que a gente pode fazer quando a pessoa é ingrata? Nada. Cospe no prato que comeu. Meu Deus".
“Não estou aqui para lançar um candidato. Minha opinião sobre o Aécio todo mundo já sabe qual é. Estou aqui para apresentar o que o PSDB quer para o país”, disse em seu discurso. FHC ainda fez questão de elogiar o tucano mineiro. “O Aécio é um candidato competitivo, como todos os outros foram. O PSDB continua sendo um partido competitivo”.
O ex-presidente responde às críticas petistas de que o PSDB não tem um projeto para o país. “Muito se critica a oposição por ela não apresentar um projeto nem um discurso. Mas a verdade é que o projeto que eles (os petistas) usam hoje é o nosso. Eles usurparam o nosso projeto. As bolsas, foi o nosso governo que criou. E privatização hoje tem outro nome, agora é concessão”, disse.
Para Fernando Henrique, o PT ficou sem projeto, e o Brasil sem rumo. “É o momento de mudança, pois já há um certo desgaste da situação atual. O país requer outra voz. Hoje no país só há uma voz. Ou é a voz do governo ou das empresas ligadas ao governo”.
FHC ainda citou o que deve ser o principal mote de uma eventual campanha de Aécio: o choque de gestão. “Não é o crescimento que interessa, mas a qualidade de vida, que depende de choque de gestão”.
O ex-presidente não esqueceu de abordar as questões éticas. “Não podemos deixar de lado a questão moral. O PSDB tem que mostrar o que fizeram com o país. Já pedi ao presidente Lula que viesse a público dizer que não tem nada a ver com os problemas éticos”