sexta-feira, 1 de março de 2013

CONTAGEM Detentos ameaçam novo motim na Nelson Hungria

Uma semana depois do término da rebelião promovida por detentos da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, a situação no presídio pode não estar tão tranquila. Presos da unidade estariam fazendo contato, quase diariamente, com familiares e veículos de imprensa - por meio de aparelhos de telefone celular que continuam sendo usados de forma indiscriminada nos pavilhões. Eles estariam denunciando irregularidades no sistema prisional e ameaçando fazer um novo motim, desta vez, de acordo com os próprios presos, ainda mais violento do que a rebelião passada, quando dois reféns ficaram sob ameaça durante 31 horas.

A gravação de um desses telefonemas foi divulgada ontem pela Rede Record. A emissora apresentou um relato de um homem que se diz detento da Nelson Hungria. Ele denunciou que as reivindicações feitas pelos presos durante a rebelião e prometidas pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) só foram cumpridas em parte. 

Os presos, ainda de acordo com o relato exibido, reclamam que as visitas de mulheres grávidas não foram normalizadas, conforme acertado com o comitê de gerenciamento de crise. Além disso, os presidiários afirmam que têm sido agredidos por agentes durante o banho de sol e que armas e drogas continuam dentro da penitenciária. "Quem traz as drogas não são as grávidas, são os próprios agentes e os próprios diretores", disse o detento ouvido pela emissora de televisão.

A ligação telefônica recebida pela rede de TV teria revelado também um racha dentro do pavilhão 2, para onde foram transferidos os 102 presos que estavam no pavilhão 1 e se rebelaram na semana passada. "O clima está ruim. Tem rixa entre os presos. Alguns foram forçados a entrar na rebelião, e, agora, se colocarem todos juntos, nós vamos matar eles (sic.)", declarou o suposto detento.

Após o fim da rebelião, na última sexta-feira, o subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade, informou que a segurança seria reforçada na Penitenciária Nelson Hungria e que a corregedoria da Seds iria acompanhar a rotina da unidade, ouvir os presos e apurar as denúncias.




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